10 Princípios Básicos de Salvador da Bahia
1 — Breve história
Em 1501, um ano depois de Pedro Álvares Cabral ter descoberto o Brasil, o navegador Gaspar de Lemos, acompanhado por Américo Vespúcio, chegava à Baía de Todos os Santos. Chamaram-lhe assim por terem ali chegado no dia 1 de novembro.
Esta baía — a segunda maior do mundo — era habitada pelos índios tupinambás. Por volta de 1509, Diogo Alves Correia, sobrevivente do naufrágio de um navio francês, seria o primeiro europeu a casar-se com uma nativa. O povoado — hoje Vila Velha — onde instalou-se era um porto estratégico para os navios de passagem.
Por ordem de D. João III, foi implantado um sistema de capitanias hereditárias que não prosperou. O rei português nomeou então Thomé de Souza como Governador do Brasil. O português desembarcou no Porto da Barra em março de 1549 e mandou edificar a cidade-fortaleza de São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Durante dois séculos (até 1763), Salvador foi a capital do Brasil e da América Católica.
É impossível falar desta região sem falar do tráfico de escravos transatlântico que começou no século XVI com a expansão portuguesa na costa africana. As primeiras notícias de africanos em Salvador datam de 1550. Sabe-se que vinham sobretudo da costa ocidental africana. Eram trazidos para o Brasil para trabalhar nas plantações da Bahia de Todos os Santos e nas minas de ouro.
À cultura brasileira os africanos incorporaram alegria e musicalidade. Ou, como notou Gilberto Freyre, “um modo cantado e adocicado de falar. E apimentaram a culinária baiana”. A escravatura seria abolida pela Lei Áurea em 1888. Hoje, Salvador é a cidade mais negra do mundo, fora do continente africano.
2 — O que é que a baiana tem…
As coloridas ruas do centro histórico de Salvador cheiram a azeite de dendê. Até de olhos fechados conseguimos chegar ao tabuleiro de acarajé da baiana estacionada no Terreiro da Cruz. Um perfume que abre o apetite, que é base do receituário baiano e que alimenta as divindades do candomblé.
A riqueza da cozinha local — que pode ser conhecida melhor no Museu Gastronômico — é o resultado de uma combinação feliz entre os chamados ingredientes da terra (locais), do reino (de Portugal, Europa e continente asiático) e da costa (que vinham da costa africana). Desta espinha dorsal nascem as moquecas, os ensopados, o vatapá e o caruru. À mesa não poderá faltar uma cerveja bem gelada e a caipirinha. O festim não acaba sem comermos os reis da cocada preta, o quindim de Yáyá, baba de moça ou o delicioso bolinho de estudante.
Senac
É lá que se deve começar a aula de culinária. Começamos pelo abará, igual ao acarajé, mas cozido, em vez de frito. Provamos o caruru, saborosa pasta de quiabos, e as moquecas de peixe, lula e bacalhau. Sobra pouco espaço para o Xim Xim de Galinha, a maxixada, a feijoada e o pirão. Praça José de Alencar, nº 13/19
O Cravinho — Casa de Cachaça
“O” lugar para beber o cravinho (cachaça, cravo, mel e limão) que a gerência afiança ser antigripal. Também serve petiscos baianos. Terreiro de Jesus, 3 \\\ http://ocravinho.com.br/
Ruben Carvalho diz que “a comida baiana é a mais natural do mundo”. Podemos garantir que a carne, grelhada na hora, era com certeza a mais tenra. Acompanhou um espetáculo de folclore baiano com direito a dança de orixás, puxada de rede, xaxado, maculelê, capoeiristas excelentes e samba de roda. Cruzeiro de São Francisco, 9 – 13
UaUá
Uauá é uma cidade do Sertão da Bahia, e também um restaurante onde a moqueca de peixe é de pedir mais. A carne de sol com aipim frito não fica atrás. Rua Maciel de Baixo, 36 \\\ (71)3321-3089
Camafeu Oxossi
Fica no Mercado Modelo, voltado para a baía. A casquinha de siri e a feijoada estavam de tirar o chapéu. Praça Visconde de Cayru, 250, Mercado Modelo
Cuco Bistrô
Aberto desde as águas de março passadas, o Cuco mistura cozinha mediterrânea com pratos regionais, o que resulta em iguarias que surpreendem o paladar. Aceite a cachaça caseira no final. Largo do Cruzeiro de São Francisco, 6
Acarajé da Cira
Para comer o melhor acarajé, você precisa ir ao tabuleiro da Cira, em Itapuã. Este bolinho típico da Bahia, frito no dendê, é aberto ao meio, como um sanduíche. Lá dentro leva vatapá, salada de tomate e cebola e camarão seco. Outra delícia difícil de bater é o bolinho de estudante que comemos em seguida. Rua Aristides Milton, Itapuã
3 — Tudo, tudo na Bahia faz a gente querer bem...
Como canta Bethânia, “a Bahia, estação primeira do Brasil”, é o berço da Música Popular Brasileira. E toda a cidade de Salvador canta nas curvas da cabrocha que “tem candomblé no seu sapateado”. A Gilberto Gil, a Bahia deu “régua e compasso”, enquanto a todos nós deu, de mão beijada, samba, bossa nova, Carnaval e também axé, forró, reggae, afoxé e olodum. Dorival Caymmi encontrou na Baixa dos Sapateiros “a Morena mais frajola da Bahia”.
Esta “terra da felicidade” é cantada pelos Novos Baianos em “Brasil Pandeiro” e em outras canções. No fértil solo baiano nasceram músicos e cantores como Dorival Caymmi, João Gilberto, Tom Zé, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Daniela Mercury e Ivete Sangalo, entre muitos outros.
Vinicius de Moraes imortalizou em canção a praia de Itapuã. O poeta tinha também o desejo de ter nascido do ventre de Mãe Menininha. Do Terreiro do Gantois, a Mãe de Santo mais reverenciada de Salvador recebeu a homenagem de Dorival Caymmi. Mais dedicada aos prazeres terrenos, “Maria Caipirinha”, de Carlinhos Brown, pode ser vista como a biografia de muitas baianas.
Há quem primeiro conheça este território mágico através das canções e uma vez lá, olhando aquela imensa baía, reconheça lugares que há muito já faziam parte de um invisível mapa musical. Roubando as palavras de Gilberto Gil: “É o azul que a gente fita/ No azul do mar da Bahia/ É a cor que lá principia/ E que habita em meu coração”.
4 — Salve meu orixá
Em 1937, quando Jorge Amado escreveu Os Capitães de Areia, as religiões de matriz africana eram proibidas e os cultos eram realizados em terreiros secretos pelos negros recém-libertados. Brancos, pretos, mulatos, os protagonistas da história eram protegidos da mãe de santo Don'aninha e do padre José Pedro. A trama faz a síntese da relação que o baiano tem com a religião.
Profundamente religioso, não vira as costas ao catolicismo, mas não deixa de fazer suas oferendas ao orixás, divindades que personificam as forças da natureza. Povoada por terreiros que remontam ao tempo da escravatura, Salvador é a capital do sincretismo, onde vários credos convivem em perfeita harmonia. Durante séculos o catolicismo foi imposto aos negros e estes viram-se obrigados a encontrar uma correspondência nos santos católicos.
A partir dos anos 60, surge um movimento por parte de artistas e intelectuais que trazem para a música estes ritmos africanos. Através de “Canto de Ossanha”, Baden Powel e Vinicius de Moraes ajudaram o candomblé a ser aceito no Brasil e no exterior. Hoje, os pacotes turísticos incluem cerimônias de candomblé e até visitas a uma mãe de santo que joga búzios.
5 — Rodar a baiana
“Baiano não nasce, se estreia, não morre, sai de cena.” A frase é de Nizan Guanaes, guru do marketing baiano e um dos brasileiros mais influentes do mundo.
Ser baiano é um estado de espírito bem descrito na frase “Sorria, você está na Bahia”, que os vendedores de fitinhas do Senhor do Bonfim nos repetem. Roberto Carlos, historiador, diz que “na Bahia tudo é possível. A prostituta participa, o gigolô se apaixona. É a terra do Peter Pan”. E assegura que “baiano quando não está em festa, está ensaiando”. Uma coisa é certa, os baianos parecem dormir muito pouco. A maior parte das pessoas com quem cruzamos levanta-se por volta das cinco da manhã para fazer esporte, Tai Chi, passear com o cachorro ou mergulhar no mar. Tomam calmamente o café da manhã e vão trabalhar.
À tarde, saem do trabalho e sentam-se com os amigos para comer um petisco ou tomar uma cervejinha. Em Salvador há dias específicos para ir às ruas do Pelô, como a terça-feira da bênção — uma tradição do século XVIII onde se benzem os pães de Santo Antônio. Na Igreja do Rosário dos Pretos realiza-se às 18h uma missa afro-baiana que inclui os instrumentos usados nos terreiros de candomblé.
A festa há muito que superou o sentido religioso e os largos do centro histórico, com nomes de personagens criadas por Jorge Amado, enchem-se de música e de gente que procura se contaminar com o axé (energia boa) que só existe na Bahia.
6 — Bahia cristã
Diz o povo que há 365 igrejas em Salvador da Bahia. De acordo com os dados da arquidiocese de Salvador, existem mais nove. Dorival Caymmi jurava serem 365, uma para cada dia do ano, e foi esse número que ficou no folclore baiano. Independentemente de quantas sejam, é impossível ignorá-las e a suas histórias. Uma das mais fascinantes é a Igreja da Conceição da Praia, construída com pedras vindas de Portugal e montadas na Cidade Baixa.
Basílica da Conceição da Praia
É uma das primeiras construções da Cidade Baixa. De autoria de José Joaquim da Rocha, fundador da escola baiana de pintura, o teto da nave demonstra incríveis noções de perspectiva. Seu miolo é a primeira demonstração completa do barroco de D. João VI no Brasil. Pare para observar também o altar de prata e ouro branco.
Igreja do Senhor do Bonfim
É o resultado da promessa cumprida por um capitão de Setúbal pela viagem ter corrido bem. A réplica do santo veio de Portugal, e a igreja foi construída entre 1746 e 1772. Desde o século XVIII que os antigos escravos vêm lavar o adro e a escadaria da igreja. A prática começou com preparativos para a festa do Senhor do Bonfim (que decorre no segundo domingo de janeiro), sendo hoje a maior manifestação popular da cidade, depois do Carnaval.
Este ritual separou-se dos festejos católicos e acontece na segunda quinta-feira de janeiro, já que os adeptos do candomblé começaram a identificar o Senhor do Bonfim com o orixá Oxalá. Vestidas de branco, as baianas caminham oito quilômetros desde a Igreja da Conceição da Praia até o adro do Bonfim, com água de cheiro. A festa se dissipa ao som de trios elétricos.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Negros
Em tons de azul, no fim da ladeira do Pelourinho, esta igreja foi feita para o culto dos negros, tendo sido fundada em 1685 por uma das primeiras confrarias de negros alforriados no Brasil. Marco da arquitetura colonial e rococó, aqui você pode assistir a uma missa seguida pela procissão em que Nossa Senhora do Rosário, a santa branca, é adorada pelos negros. A cultura negra contaminou as tradições da homilia, o coro é acompanhado por batuques, e a oração dos santos dá graças aos orixás.
Catedral Basílica
No Terreiro de Jesus fica a Catedral. Antigamente, foi colégio jesuíta. O edifício lembra uma caravela de ponta-cabeça. A fachada é toda em lioz importado de Portugal. “As ideias do Padre António Vieira, ficavam mais fecundas aqui”, assegura o historiador Roberto Carlos.
Igreja e Convento de São Francisco
“Pobre por fora e rica por dentro”, assim é conhecida a Igreja de São Francisco, que ostenta cerca de 730 quilos de ouro e é uma das expressões máximas do barroco brasileiro. Seu interior tem meia tonelada em entalhes do minério que fez do Brasil o país das oportunidades. O teto da portaria tem uma perspectiva de José Joaquim da Rocha protagonizada pela Virgem Maria.
O claustro está revestido por 136 painéis de azulejos inspirados no livro Teatro moral da vida humana que “seria para catequizar os analfabetos.” Procure o altar de Santa Ifigénia, a primeira negra a ser canonizada, e de São Benedito, outro santo negro, que carrega ao colo um menino branco.
Ordem Terceira de São Francisco
Vizinho da Igreja e Convento de São Francisco, o claustro surpreende quando nos deparamos com um painel de azulejos que nos remete a Lisboa antes do terremoto de 1755 e também ao cortejo do casamento do rei D. José. A fachada maneirista é única em todo o país e considerada uma das principais referências do barroco no Brasil. Até o século XX estava tapada com argamassa e foi encontrada por acaso por um eletricista.
Igreja da Nossa Senhora da Conceição da Lapinha
Data do final do século XVII. É a única igreja de estilo neo-moçárabe no Brasil, estilo adquirido já no século XX. É do Largo da Lapinha que sai o desfile Dois de Julho, dia da independência da Bahia, em 1823. O cortejo atravessa o centro histórico. Os caboclos desfilam e há uma sátira política feita através de cartazes, vestimentas e canções.
7 — Pelô e outros bairros
É o principal cartão postal da cidade e, desde 1985, Patrimônio Mundial da Humanidade. Por ter sido construída como as cidades medievais, lembra uma cidade muralhada portuguesa, mas com uma injeção de cores. Cheio de casarões, o Pelourinho (Pelô) foi até o século XX o centro comercial e administrativo da cidade. É com certeza o bairro onde existem mais igrejas barrocas por metro quadrado. Subimos o Elevador Lacerda — que liga a Cidade Baixa à Cidade Alta — “a maneira mais rápida e barata do baiano subir na vida”.
O passeio e as histórias começam na Praça Municipal, onde fica o Palácio Rio Branco, a Prefeitura (1549), sede da Prefeitura, com assinatura do arquiteto carioca Lelé, e o Elevador que nos trouxe, funcionando desde 1873.
Na Praça da Sé passamos pela estátua de Pedro Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil — que “cobrava caro para perdoar os pecados”. Sua história não teve um final feliz. Foi comido pelos índios. Na Ladeira do Pelourinho, paramos na porta que corresponde ao número 68. Aqui Jorge Amado escreveu Suor, Quincas Berro D’Água e Dona Flor. Estamos finalmente no largo mais famoso da cidade, o lugar onde os escravos eram castigados e vendidos.
Em um casarão fica a Fundação Jorge Amado. Foi aqui que Michael Jackson gravou parte do vídeo “They Don’t Care About Us”. A música tornou-se um hino contra a injustiça social. Hoje a loja que emprestou a varanda ao cantor é um fenômeno de sucesso. Dá até para ser fotografado ao lado de um Jackson de cartão.
Rio Vermelho
O bairro do Rio Vermelho já seria uma área residencial considerável e palco de encontro entre os intelectuais baianos no princípio do século passado. É aqui que se concentra a intensa vida noturna da cidade, entre botecos com samba, barzinhos de jazz e restaurantes cheios de estilo. À beira da praia fica a Igreja de Santana, que tem como vizinha a Casa do Peso, mantida por pescadores e onde se faz o culto a Iemanjá ( deusa do mar).
No dia 2 de fevereiro, a festa que lhe é dedicada começa às cinco da manhã. De barco levam-se oferendas que são jogadas no mar. Os vários terreiros da cidade vêm até aqui com seus batuques, para glorificar um dos principais orixás do candomblé.
Cidade Baixa
Na Cidade Baixa as grandes atrações são o Forte de Monte Serrat e a Ponta de Humaitá, um lugar único para ver o pôr do sol. Lembre-se que em alguns locais de Salvador, por causa de sua localização peninsular, pode-se ver o sol nascer e afogar-se no mar. Nas imediações da Avenida Centenário fica o Dique do Tororó. Um pântano drenado pelos holandeses em 1624. Hoje é uma área de lazer.
Outra atração são os orixás, de autoria de Tati Moreno, que parecem caminhar nas águas. Seguimos para a Ribeira, onde as famílias do Recôncavo vinham veranear. Era um balneário no século XVII. Experimente tomar um sorvete na Sorveteria da Ribeira, que possui um total de 64 sabores e funciona desde 1931.
Explore a Praia da Penha, cujo chamariz são os restaurantes de frutos do mar. Interrompa o passeio para conhecer a Feira de São Joaquim, um recinto enorme que vende frutas e legumes, animais vivos e mortos, artigos religiosos e artesanato vindo do interior do Estado.
Barra
Fica na entrada da Baía de Todos os Santos, onde começou a colonização da região em 1536. Na década de 70 do século XX foi a vez da contracultura e dos tropicalistas se instalarem por aqui. Pode-se visitar o Farol da Barra e as praias e ir parando nos cafés, ou simplesmente dar uma volta na marginal, que tem o trânsito controlado começando em agosto.
Aos domingos à tarde, famílias inteiras invadem o local. Há comida de rua variada e até uma feira gastronômica com alguns chefs baianos, de 15 em 15 dias. O circuito de carnaval Dodô — Dodô e Osmar são os inventores do Trio Elétrico (palco móvel) — sai daqui e dirige-se a Ondina. Nesta época há vários prédios na marginal — como o art déco Oceania — que são alugados e transformados em camarotes com discotecas e restaurantes.
8 — Artes, letras e artesanato
Terra fértil em talentos, a Bahia viu nascer não só músicos maravilhosos, como artistas plásticos famosos: Calanzans Neto, Mário Cravo ou Bel Borba. Glauber Rocha filmou-a em Deus e o Diabo na Terra do Sol, tornando-se um marco do Cinema Novo. Natural da ilha de Itaparica, João Ubaldo Ribeiro também a transportou em vários tempos para seu imaginário literário.
Depois existem os adotados, como Carybé e Pierre Verger. O primeiro era argentino de nascimento, fez capoeira e frequentou terreiros de candomblé. O segundo, fotógrafo francês, desembarcou em Salvador em 1946, misturou-se com o povo, tornando-se um estudioso do culto dos orixás.
Destaque também para os artistas anônimos cujas mãos produzem peças que podem ser encontradas nos mercados da cidade. Um aplauso às baianas que, além do sorriso, sabem 118 maneiras de pôr o turbante em volta da cabeça.
Fonte da Rampa do Mercado Modelo
Na Cidade Baixa, bem à frente do Elevador Lacerda, fica a Fonte da Rampa do Mercado de Mário Cravo Júnior. Existe uma teoria de que seria uma reinterpretação dos arcos da montanha, das velas dos saveiros e das torres das igrejas, e outra mais popular de que representa as muitas curvas da baiana.
Mercado Modelo
Foi a primeira alfândega do Brasil e hoje nas suas 263 lojinhas podem ser encontradas rendas, pintura naïf, esculturas, artigos religiosos, cerâmica e todos os tipos de artigos têxteis alusivos à Bahia.
Instituto Mauá
Aqui se encontra “a Bahia feita à mão”. Além disso, o instituto promove cursos de cerâmica, bordados e tecelagem junto à comunidade. Mais Informações.
Maria Adair
Esta artista baiana trabalha com a temática da vida. Começou em um gênero orgânico e a partir da década de 70, as plantas e animais passaram a prevalecer. Ela pinta sobre “tela, papel, madeira, ferro, seda, algodão, brinquedo, cadeira, mesa, cerâmica, bicicleta, pedras, relógios, gravatas e cabaças”. Ultimamente começou a experimentar pontos de luz no computador. Suas obras podem ser adquiridas na Paulo Darzé Galeria. Maria Adair \\\ [email protected]
Capoeira
Misture dança com artes marciais, música e africanidade. O resultado é: capoeira. Uma das expressões culturais mais antigas da Bahia de matriz africana. A cadência da jogada é marcada pelo som de um berimbau. No Forte de Santo Antônio Além do Carmo existem rodas de capoeira todas as quartas, sextas e sábados às 19h30.
Prentice de Carvalho
É autor das placas onde se inscrevem os nomes das ruas no Pelourinho. Vale a pena ir à Ribeira, à Casa de Prentice para conhecer este artesão baiano que há 48 anos faz pinturas em azulejo. A conversa é deliciosa. Começando pelo nome “que em inglês quer dizer aprendiz de Deus”. Casa de Prentice
Lasbonfim
Em pleno Terreiro de Jesus encontramos esta loja projetada por um filho de garimpeiro que desde novo conheceu o maravilhoso mundo das gemas. Aqui você encontra desde o diamante bruto por lapidar, até o lapidado. Há uma infinita coleção de joias e aceitam-se encomendas. www.lasbonfim.com.br
Fundação Pierre Verger Galeria
Em pleno centro histórico, não deixe de entrar nesta galeria onde encontrará as magníficas fotografias de Pierre Verger, o francês que na Bahia se apaixonou pela cultura africana. É possível comprar livros e publicações consagradas do fotógrafo francês.
9 — Séculos de história(s)
Com quase 500 anos, Salvador é um museu ao ar livre com mais de 70 museus. Do sagrado ao profano, das artes à literatura, com muita África no coração.
Museu de Arte Sacra da UFBA
Fica no convento de Santa Teresa de Ávila, fundado pelos Carmelitas Descalços no século XVII. Aqui encontram-se raras imagens indo-portuguesas e cíngalo-portuguesas vindas para o Brasil nos séculos XVII e XVIII, um considerável acervo da prataria que no século XVIII embelezava as igrejas da capital. Destaque para a coleção de quadros do mestre José Joaquim da Rocha. www.mas.ufba.br
Museu Afro-brasileiro
Aqui resgata-se o passado. E também acaba-se com o mito que o africano era primitivo. É possível estudar as rotas escravagistas, mergulhar nas roupas e nos penteados da época ou admirar os painéis de madeira talhada de Carybé (ver em detalhe nos separadores da revista). www.mafro.ceao.ufba.br
Centro Cultural Solar do Ferrão
Situado na rua que imortaliza o poeta satírico baiano Gregório de Matos, aqui você pode conhecer a coleção de arte popular de Lina Bo Bardi, em especial as carrancas que serviam para afastar os maus espíritos. O edifício guarda a coleção de arte africana de Claudio Masella e a coleção de instrumentos do “alquimista do som” Walter Smetak. www.ipac.ba.gov.br/museus
Solar do Unhão e Museu de Arte Moderna
Nesta típica residência do tempo colonial — casarão, igreja, engenho e senzala — funciona o Museu de Arte Moderna. É provavelmente o único museu do mundo à beira da praia. Veja o pôr do sol no parque das esculturas, lado a lado com trabalhos de Bel Borba, Mário Cravo Júnior, Mestre Didi, Carybé. No acervo há trabalhos de Tarsila do Amaral e Cândido Portinari. Mais Informações.
Farol da Barra — Museu Náutico da Bahia
Alojado no Forte de Santo Antônio da Barra, a mais antiga edificação militar do Brasil (1534), este museu reúne uma coleção de achados arqueológicos, instrumentos de navegação e outros objetos alusivos ao mar. Há uma mostra permanente relativa à geografia, história, antropologia e cultura da Bahia de Todos os Santos. Construído antes da própria cidade, o farol é um belo exemplar da arquitetura militar portuguesa do século XVI. www.museunauticodabahia.org.br
Memorial Irmã Dulce
“Venha emocionar-se com a história do anjo bom do Brasil.” Com uma obra social incrível, a história da grande devota de Santo António é contada no convento onde passou a vida. www.irmadulce.org.br
Fundação Jorge Amado
Fica na Praça do Pelourinho, onde acontece grande parte das histórias do escritor, que foi também o autor da lei de liberdade de culto que protege o candomblé. Passeamos pelos inúmeros títulos de sua obra, pelo uniforme da Academia de Letras, a máquina de escrever e pela vitrine onde estão as camisetas que mostram seu amor ao país tropical.
Casa Rio Vermelho — vida e obra de Jorge amado e Zélia Gatai
Acaba de ser inaugurada, e para os fãs do escritor é uma emoção muito grande passear pelo jardim onde estão depositadas as cinzas de Jorge Amado, eterno candidato brasileiro ao Nobel da Literatura. A proposta é que se conheça o homem e os objetos que ele recolheu pelo mundo. A casa tem uma história viva. Amigos como Calasans Neto, Carybé, Verger ou o ceramista Udo Knoff também deixaram sua marca em um azulejo, uma porta ou uma baleia feita de bolinhas de gude. www.jorgeamado.org.br
10 — “Quem vem pra beira do mar”