5 lugares imperdíveis na Guiné-Bissau

Apesar de não receber tantos turistas quanto seguramente mereceria, a Guiné-Bissau é um destino extraordinário para todo o tipo de viajantes. Da capital Bissau às múltiplas ilhas do arquipélago dos Bijagós, passando por cidades como Bissorá, Cacheu ou Bafatá, o país tem um potencial turístico imenso e um povo incrivelmente hospitaleiro. Eis cinco destinos que o farão apaixonar pela Guiné-Bissau.

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Bissau
Fotografia do peito para cima de uma mulher cabo verdiana muito sorridente. A mulher veste t-shirt e avental e tem atrás de si uma série de frutas e legumes e sacas empilhadas, sugerindo que poderá tratar-se de uma vendedora do mercado.

Capital da Guiné-Bissau, a cidade de Bissau é uma caixinha de surpresas. Manda a verdade dizer, no entanto, que do porto de “Pindjiguiti” ao Palácio Presidencial, e mesmo contando com os mercados de rua como o de Bandim e alguns monumentos, em termos de atrações turísticas não há muito o que visitar em Bissau. Mas quer isso dizer que não vale a pena conhecer a capital guineense? Nada disso. Mas é bom moderar as expectativas e saber bem ao que vai.

Comece pela chamada Velha Bissau. O coração de Bissau é um deleite visual. Vibrante e colorido, evidencia em cada rua as marcas da presença portuguesa de outrora. Os edifícios do centro histórico são tipicamente coloniais e muitos estão em razoável estado de conservação. É lindo!

Há a Sé Catedral de Nossa Senhora da Candelária, o Mercado Central, o Palácio Presidencial, o Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense, o próprio Hotel Coimbra – um dos melhores hotéis onde ficar em Bissau –, e o icónico monumento Mão de Timba, na Praça dos Mártires, que homenageia as dezenas de estivadores que perderam a vida na sequência de uma greve a 3 de agosto de 1959, episódio que ficou conhecido como Massacre de Pidjiguiti. E, claro, o caótico Mercado de Bandim, para os mais aventureiros – entre outros atrativos. Ou então deixe-se simplesmente perder pelas ruas do centro histórico. Vai adorar!

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Ilha de Bolama (Bijagós)

Outrora capital da Guiné Portuguesa, Bolama guarda um património arquitetónico único e grandioso. É pena estar em mau estado de conservação – de que é exemplo maior o Palácio dos Paços do Concelho (ou Palácio do Governador), praticamente em ruínas –, mas ainda assim os antigos edifícios coloniais marcam de forma vincada a paisagem urbana. É uma espécie de decadência poética que atrai o olhar do visitante como um íman.

Dito isto, não foi a arquitetura que mais me marcou na minha visita a Bolama. É muito difícil traduzir em palavras, mas foi um lugar onde me senti incrivelmente bem. Há uma boa energia no ar, as pessoas são incrivelmente afáveis, hospitaleiras e tolerantes. Cristãos e muçulmanos parecem conviver harmoniosamente na cidade, sem qualquer tipo de atrito ou conflito; e todos parecem acolher quem os visita de sorriso rasgado e braços abertos. Se só pudesse escolher um destino para visitar no país, provavelmente seria Bolama. Imperdível!

Fotografia de uma cena quotidiana numa rua da ilha de Bolama, onde é possível ver um chão de terra batida a ser calcorreado por um jovem rapaz carregando mochila às costas. Ao fundo, em segundo plano, está, do lado direito, uma paragem de autocarro, e do lado esquerdo uma fila de casas térreas, com fachadas pintadas de cores já algo gastas, intercaladas por vezes por uma palmeira ou um candeeiro de iluminação pública.
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Ilha de Bubaque (Bijagós)
Fotografia de uma praia na ilha de Bubaque onde consta, em primeiro plano, uma estátua de madeira de uma mulher que encara o mar. À frente da estátua, alinha-se uma fila de palhotas, cada uma sobrepondo-se a um par de espreguiçadeiras. Atrás da estátua, uma árvore frondosa.

Sendo a ilha do arquipélago dos Bijagós com mais fácil acesso a partir da capital Bissau, a ilha de Bubaque é dos destinos guineenses que recebe mais turistas. Praias como a de Bruce ou Etikorete fazem as delícias de locais e visitantes. E mesmo a “cidade” de Bubaque, apesar das condições de vida muito básicas, não deixa de ser uma boa base para explorar os atrativos da ilha.

Em Bubaque, talvez veja porcos e cabras a vaguear nas ruas – e algum lixo. Talvez encontre crianças a tomar banho na rua com um balde. Talvez ouça o ritmado som de um pilão a ecoar das escadas à porta de uma casa. Talvez note grandes contrastes entre a vida nas tabancas e o simples conceito de fazer férias na praia. Mas nunca, nem por um minuto, se sentirá mal-recebido na ilha.

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Tabanca Elalab

Elalab é uma típica tabanca guineense, uma aldeia muito simples com casas construídas com materiais extraídos da terra e habitados por uma população afável e trabalhadora. Visitá-la é como recuar no tempo.

Na companhia de um guia local, conheci a escola e a igreja, o aldeão mais velho de Elalab e os seus netos, as casas onde vivem e até uma árvore sagrada, debaixo da qual os aldeões se reunem para tomar decisões importantes para a comunidade, incluindo questões de justiça.

Pela minha parte, posso garantir que visitar a tabanca Elalab, incluindo a oportunidade de privar com a comunidade e conhecer o projeto de ecoturismo construído na aldeia por uma dupla de arquitetos portugueses, foi outro dos pontos altos do meu roteiro de viagem à Guiné-Bissau. Aconselho vivamente a experiência!

Fotografia de duas cabanas de ar tosco, ao centro da imagem. As cabanas assentam num chão de terra batida, repleto de vegetação seca, e são rodeadas por árvores de espécies diferentes, sem folhagem, ou com folhagens de diferentes tons de verde.
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Varela
Fotografia de uma praia onde é visível uma extensão longa de areia algo escura, sobre a qual está sentada uma figura humana. Do lado direito, uma onda a recua após ter rebentado, deixando uma camada de areia molhada para trás. Do lado esquerdo, ergue-se uma espécie de degrau que de forma natural delimita a praia e dá início a uma extensão de terra de cor diferente, na qual assentam fileiras de árvores jovens.

Varela é uma pequena comunidade localizada a dois passos de Susana, bem perto da fronteira com o Senegal, no norte da Guiné-Bissau, e é um destino que tanto pode ser imprescindível como ignorado numa viagem à Guiné-Bissau. Depende, naturalmente, daquilo que o viajante procura.

Não é fácil chegar a Varela. O piso da “estrada” é composto por buracos rodeados de algum asfalto, areia e terra batida – e estava num estado lastimável. Mas o pior é mesmo o pó, muito pó. A certa altura, já perto da povoação de Susana, passa-se por um manguezal e, logo a seguir, entra-se no Parque Natural Tarrafes do Rio Cacheu, altura que o viajante pode começar a suspirar de alívio e pensar na chegada a Varela. E vale todo o sacrifício.

Na verdade, a estadia em Varela foi dos momentos que guardo com mais carinho em toda a jornada guineense. Não tanto pela praia – que muitos consideram uma das melhores da Guiné-Bissau – mas principalmente pelo ambiente que se vive na aldeia.

Por Filipe Morato Gomes / Alma de Viajante

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